02 setembro 2012

re acção



recomeço de novo, reajo!

'o facebook é perverso', disseram-me, talvez queira acreditar que ali se pode ser como lá fora, não escolher imagens em que fiquei bonito (até porque tenho o discurso de que devemos dar ao outro imagens e mensagens melhores mas verdadeiras e não falsas); talvez queira acreditar mas ali não somos melhores.

ali todos sabem ser melhores, mas é falso e virtual!

bem, adiante, começo a nova época fugindo à modernidade falsa, ali não treino a fala.

talvez seja velho do restelo, talvez...

vou sair do facebook...

Olá Zé Maria,

Desactivaste a tua conta de Facebook. Podes reactivar a tua conta a qualquer momento, iniciando sessão no Facebook com o teu e-mail de acesso e a tua palavra-passe antigos. Poderás utilizar o site tal como antes.

Obrigado,

A Equipa do Facebook




vou escrever uma tese de mestrado sobre o meu ESTÁGIO DE VIDA.

Uma acção tida a (em coro - não és o centro do mundo, abstrai-te de ti!) 18 de novembro se 2006 pelas 4h da madrugada, tive um acidente quando regressava a casa: ''OLÁ PLÁTANO, OLÁ VIDA!', devo ter adormecido!

deve haver uma reacção a essa acção: Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são")

daí nasceu o 'maio em Múrcia' com um Serviço Voluntário Europeu no ASPAYM Murcia e a cercitop, o lokomat, o TCE - Traumatismo Craneo Encefálico (tornou-se meu intímo, dorme sempre comigo), a hidroterapia, a hipoterapia, Cuba, CRM de Alcoitão, o Amadora-Sintra, o São Francisco Xavier, terapia da fala no Hospital Pulido Valente com a Raquel :)

Gente boa a que ganhei, novos amigos.

e agora. surgiu isto:

http://escolalumiar.wordpress.com/2007/09/20/pequena-escola-de-liberdade/ e deu-me vontade de tornar o mundo melhor, no fundo, sempre achei que não queria passar cá, pela vida, por acaso, virtualmente, quero passar algo aos que vêm realmente com gestos, palavras, sentires, olhares e respirares, talvez falte espaço real!

amanhã acabam as férias...

que bomn recomeça o empenho em melhorar-me!!!


POEMA EM LINHA RETA
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


Álvaro de Campos

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