17 setembro 2009

Adriana Calcanhotto

SeNhAs

Eu não gosto de bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas
o que eu não gosto é de bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até os estetas
Eu não julgo a competência
Eu não ligo para etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
E compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades
o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos modos
Não gosto
Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem...

Exmo sr FRED, antes demais é um prazer tê-lo por cá. Desconcertou-me o teu comentário, tive de o reler. Não escrevi nada que CUBA cheira mal, CUBA é um transparecer com os cinco sentidos: um amontoado de pessoas, GENTE, relembro que a minha CUBA não é real: é uma CUBA vista por alguém com um quadro muito especifíco, com pouco do cidadão turistíco, mas golpeado por uma CUBA HOSPITAL com sua entrega (enorme gente) e herdeira de um comunismo falhado/limitações (tão pequena gente...)! Não tentes, tu que lês isto, conhecer CUBA por mim, eu não conheço CUBA!

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